andei muito com o máicol...
desde a época do vestibular... ( 1972 )...
até a época do trancamento-de-matrícula na PUC... ( 1974 )....
depois disso...
nossos caminhos seguiram... naturalmente... direções divergentes...
já que ele estava envolvido com o curso de engenharia da PUC...
e eu... com a matrícula recém-trancada...
iniciava um novo ciclo na minha vida...
onde haveria mais espaço...
para que eu pudesse substituir o excesso de vida-acadêmica...
por novos horizontes...
o "corte"... ( epistemológico ? )... do trancamento-de-matrícula...
foi seguido imediatamente pela fase ( maravilhosa ) de saquarema...
onde o surf...
... o contato com a natureza virgem daquela época...
fizeram com que o meu ser...
encontrasse... novamente... o seu centro...
um surfista metódico...
se as ondas estavam "rolando" em itaúna...
eu optava por ir remando pelo mar...
durante o percurso de um quilômetro...
que ligava minha cabaninha...
ao pico de itaúna...
( ao invés de ir caminhando pela areia...)...
... pois... desta forma...
ao chegar no pico...
os músculos do meu braço...
já estariam acostumados...
... já estariam aquecidos...
para cumprir seu papel-indispensável...
na hora da prática do surf-em-si...
bons tempos...
jamais me esquecerei da fase boa... e saudável...
onde aluguei a cabaninha...
na nossa querida... saquarema...
e... graças à fase-de-saquarema...
conheci dois grandes amigos...
que me acompanharam na trajetória dos seis-anos de matrícula-trancada...
( de 1974... a 1980...)...
(... com exceção do ano de 1978...
onde tentei voltar para a PUC durante um semestre...
o qual só serviu... na prática...
para "sujar" meu boletim (histórico) escolar...
pois... abandonei o semestre pela metade...
sem ter formalizado o trancamento...
e... portanto...
terminei levando "zero" em tudo...)...
mas... tudo bem...
apesar de... na prática...
o histórico ter se "sujado" dessa forma...
apesar disso... pelo menos...
tive um bom contato com a teoria-dos-grupos-e-anéis...
um assunto fascinante...
onde eu estudava com prazer...
--- --- ---
e... voltando ao "menu-principal'...
foi graças à fase-de-saquarema...
que conheci dois grandes amigos...
o... paranauinha...
e... o... rousseau...
--- --- ---
o paranauinha me introduziu à fotografia...
a fotografia me levou... indiretamente... ao desenho...
e o desenho... ao ballet...
--- --- ---
nada planejado...
tudo acontecendo meio por acaso...
--- --- ---
um dia... visitando o richard...
( lembra do richard ?...
... o mesmo de alguns "capítulos" atrás...?...)...
... ele e sua mãe me convidam para estudar ballet...
na academia que eles tinham acabado de abrir...
no edifício "vitrine-de-ipanema"...
me deram a roupa apropriada para a aula...
que consistia num par de peças:
... um maiô azul-claro...
... e uma calça azul-marinho... tipo "collant"...
que deveria ser vestida após o maiô...
ficando... portanto... a calça sobre o maiô...
--- --- ---
além do instrumento básico...
que era aquela roupa específica...
me disseram que eu não precisava me preocupar...
com nenhum tipo de pagamento...
pois eles teriam muito prazer...
em me oferecer uma bolsa-integral...
me levaram lá...
me introduziram à secretária...
... à professora...
e... tranquilamente...
me vi... dentro da aula das três-da-tarde...
--- --- ---
logo a partir dessa primeira aula...
percebi que... tudo o que eu precisava... naquele momento...
era de aulas desse tipo:
uma professora nota-mil...
numa academia também... nota-mil...
mas... o principal era o efeito-terapêutico...
que a sequencia-de-exercícios estava produzindo no meu corpo...
e... consequentemente... na minha alma...
--- --- ---
desde criança...
meus amigos comentavam...
... ( numa boa... sem malícia...
... apenas comentavam...)
que eu pisava com as pernas tortas...
( que nem o garrincha...)...
e... os exercícios de ballet...
indiretamente... ( e... diretamente...)...
mexiam... re-mexiam...
apalpavam... re-estruturavam...
todo esse problema-estrutural...
que eu carrego desde a infância...
a sequencia de exercícios...
"développé"... "battement"... etc...
ao alongarem os músculos das coxas...
das costas...
ao trabalharem com cada músculo...
com cada articulação... tornozelo... etc...
"mexiam" em pontos dentro do meu corpo...
que nunca haviam sido trabalhados...
ao contrair os músculos glúteos...
ao girar toda a bacia...
num movimento circular... ou elíptico...
eu "viajava" no universo da geometria...
que eu conhecia tão bem...
e... desenhava no espaço...
suas formas geométricas...
sentindo... vivenciando...
em cada músculo do corpo...
a criação de tais linhas...
nesse espaço tri-dimensional...
... em sintonia com a música...
e com as pessoas da turma...
uma turma pequena...
a academia da mãe do richard...
não havia sido projetada para turmas enormes de 20 ou 30 alunos...
era uma salinha aconchegante...
para uma turma de... no máximo... 6 pessoas...
--- --- ---
me tornei um aluno dedicadíssimo às aulas...
a minha relação com a professora rosemary...
era uma relação meio...
digamos... patológica... (?)...
talvez...
sei que não era só o ballet que me fascinava...
a personalidade docemente-autoritária da rosemary...
despertava em mim...
uma vontade de ser o aluno mais "cê-dê-éfi " do mundo...
em termos de trabalhar cada milímetro do corpo...
rumo a um desenvolvimento que tornava a musculatura...
cada vez mais elástica e fluida...
manifestando-se... desta forma... na coreografia...
sua influência sobre mim era tão grande...
que eu fazia os exercícios em casa...
para poder me desenvolver ainda mais...
lavava a roupa... ( a malha )...
com carinho... com antecedência...
para poder estar pronto para a aula...
onde eu chegava cêdo...
de banho tomado...
tudo cuidadosamente preparado...
com bastante antecedência...
com muito carinho...
para o grande evento...
ou seja :
a aula das três-da-tarde...
essa fase de intensa disciplina e aprendizado...
motivada por uma grande "mola-propulsora-interior"...
gerada pela figura "docemente-autoritária" da professora...
durou alguns bons meses...
um semestre...
ou mesmo talvez... um ano...
( não sei ao certo...)...
... até o dia em que resolvi dar uma olhadinha...
na academia nino-giovanetti...
no sétimo andar...
do edifício... centro-comercial-de-copacabana...
--- --- ---
antes de entrar no elevador... rumo ao sétimo andar...
todo o meu ser é invadido por aquela sensação...
de que eu estava indo a um lugar... muito especial...
afinal eu já conhecia a academia nino-giovanetti...
através de um ensaio que eles fizeram um pouco antes do carnaval...
lá no clube botafogo...
em frente ao shopping-center-rio-sul...
naquela época...
eu namorava uma menina que estudava lá...
e... ela me pediu para encontrá-la...
lá... no clube botafogo...
para sairmos depois do ensaio...
foi lá que vi... pela primeira vez...
o nino... em pé... em cima de uma mesa...
dirigindo a turma de uns 30 ou 40 alunos...
na coreografia especial...
que eles tinham feito para o carnaval...
ao invés de um som de vitrola...
( ou fita-cassete... que é o que era usado na época...)...
o som lá no ensaio...
estava muito vivo... muito presente...
gerado por três ou quatro músicos...
lá da bateria de uma escola-de-samba...
com seus instrumentos-de-percussão...
me lembro da cena onde o nino... lá... em pé... em cima-da-mesa...
gritava para a turma :
" quero ver esses quadris rebolando...
solta a franga...
vamos lá... "
e o som "rolando" solto...
a bateria "botando-pra-quebrar"...
num ritmo alucinante...
as meninas... "soltando-a-franga"...
uma academia de dançarinos super-profissionais...
fiquei impressionado...
--- --- ---
portanto... antes de entrar no elevador... rumo ao sétimo andar...
eu já sabia...
que eu estava me dirigindo para a famosa academia...
uma academia supra-sumo...
e... eu iria lá...
visitá-los...
sem aviso prévio...
sem ninguém que me apresentasse a eles...
ia lá... ver qual é...
sem maiores intenções...
sem maiores pretensões...
( se bem que eu adoraria...
poder estudar em tal academia...)...
--- --- ---
ao chegar lá...
já havia uma aula... "rolando"...
a secretária me atende...
pede para eu esperar ali... na sala-de-espera...
para eu ficar à vontade...
me sentar...
que o nino estava dando aula...
e já vinha...
espero tranquilo...
a aula termina...
saem todos aqueles bailarinos...
com a adrenalina a mil- por- hora...
todo mundo falando ao mesmo tempo...
aquela "loucura" saudável...
característica de um final de uma aula de ballet...
--- --- ---
por acaso eu estava com minha roupa de ballet na minha mão...
pois havia acabado de fazer uma aula na academia da mãe do richard...
e... ao esperar o nino na sala-de-espera...
deixei a roupa em cima do banco ao meu lado...
o nino ao sair da aula...
junto com todas as meninas... etc...
a primeira coisa que ele fala ao me ver é :
" de quem é essa malha ?..."
respondo que é minha...
explico que eu já danço há cerca de um ano...
na academia onde a rosemary dá aula...
ele pergunta se eu gostaria de fazer algumas aulas...
lá na academia dele...
respondo que adoraria...
mas que haveria o problema da mensalidade...
que seria difícil para mim...
naquele momento... assumir...
ele imediatamente diz que faria uns testes comigo...
e... dependendo da "performance"...
eu poderia ter uma bolsa-integral...
--- --- ---
o fato é que não houve teste nenhum...
passei a frequentar a academia...
e a bolsa-integral foi doada...
dentro daquele espírito super-generoso...
característico do nino...
--- --- ---
com a base adquirida...
durante o período em que aprendi o be-a-bá do ballet...
com a rosemary...
eu consegui "sobreviver"...
aos desafios impostos pela coreografia de alto-nível...
que a escola do nino trabalhava...
percebi que os exercícios da rosemary...
eram fundamentais para dar ao estudante...
uma base realmente sólida...
para ingressar em qualquer escola mais "avançada"...
onde novas técnicas seriam apreendidas...
e essa escola mais avançada era... sem dúvida...
a academia do nino...
fui introduzido a novos exercicios...
a novas técnicas...
mas... além das técnicas... puramente técnicas...
minha cabeça... minha mente...
infelizmente...
se encontrava num estado de completo despreparo...
em relação à vida-em-geral...
havia uma confusão-mental...
dentro do meu interior...
apesar de eu reconhecer...
a beleza do estudo...
em que eu estava me empenhando... ( a "mil" por hora...)...
apesar de saber que...
toda essa técnica-do-ballet era algo super-louvável...
que merecia toda a atenção...
apesar de eu dar o devido-valor...
a toda essa "ciência-arte"...
a qual meu corpo e minha alma...
estavam assimilando tão bem...
apesar disso tudo...
existia uma certa contradição...
... uma certa visão-de-mundo...
um tanto... digamos... "patológica"...
na minha visão...
sobre o meu envolvimento...
com o mundo... do... ballet...
--- --- ---
o ballet era visto por muitos...
como uma coisa... meio... "marginal"...
como um ambiente...
onde... os únicos "homens" praticantes...
eram "gays"...
e... se... os homens eram "gays"...
a maioria das mulheres eram também vistas...
com sendo... digamos...
mulheres onde não seria difícil convencê-las de que...
uma "trepadinha-rápida-antes-da-aula"...
deveria ser até saudável...
para ir "esquentando" os músculos...
eu... consciente disso tudo...
não me importava de ter meus colegas "gays"...
pois eu sabia que eu não era...
mas... quanto à ala feminina...
essa parte sim...
eu aceitava numa boa...
a hipótese de que a maioria toparia...
uma sessão de exercícios preliminares...
( ou pós-liminares...)... às aulas...
uma visão hipotética do ambiente...?
nem tanto...
a coisa tinha... realmente...
tais características...
mas...
no entanto...
se...
na época do "ballet" eu ainda estivesse...
sob a lúcida orientação de pessoas como... por exemplo...
meu professor-de-piano...
ele... muito provavelmente...
me apresentaria a realidade-do-mundo-do-ballet...
de uma forma menos estereotipada...
onde eu poderia ter uma relação com tal arte...
de uma forma menos "porra-louca"...
de uma forma onde o ballet pudesse ser visto...
dentro de uma perspectiva mais histórica...
que iria provavelmente contribuir...
para que eu me situasse dentro de um contexto...
realmente bem mais acadêmico...
no sentido de haver uma visão...
onde o bailarino não tivesse que estar necessariamente associado...
ao conceito da malandragem... do gigolô... etc...
e... minha mãe e meu pai...
embora soubessem da minha (super) participação na escola...
e do meu (super) empenho...
eles... optavam por não darem nenhuma opinião...
não se envolviam em relação a esse tema...
não me apoiavam...
mas também... não me proibiam...
aliás... nessa época... minha relação com eles era praticamente nula...
não havia.... praticamente... nenhuma interação...
as aulas com o professor-de-piano...
haviam sido suspensas há muitos anos...
( por iniciativa minha )...
de modo que eu não tinha direção na vida...
não existia ninguém que pudesse me orientar de uma forma sábia...
madura... lúcida... e coerente...
como meu professor-de-piano fazia...
a ausência desse referencial-saudável...
fazia com que o "ballet" fosse considerado...
como algo... meio... "clandestino"..
algo bom...
saudável...
porém... meio... "clandestino"...
onde seus participantes deveriam ser... necessariamente...
pessoas pertencentes a um certo... "sub-mundo"...
... o "sub-mundo" dos "gays"...
... das "mulheres-sensuais-gostosas-e-que-adoravam-trepar"...
e dos... "aprendizes-a-gigolô"...
e o espelho...
o grand-espelho...
ficava o tempo todo...
assistindo à turma...
executar...
o... grand-plié...
até já...
me despeço... rapidinho...
já de olho no próximo "capítulo"...
mas... ao mesmo tempo... relutante...
sem saber ao certo...
se isso que estou fazendo...
( escrever essas "memórias"...)...
é bom... ou... não...
um grande abraço...
...luis antonio...
...31... filosofando... part thirty-one...
...e... através do espelho...
da academia nino-giovanetti...
foi que conheci a lenira...
dançando logo atrás de mim...
posicionada de modo que...
o ângulo oblíquo permitia...
que nós nos víssemos... mutualmente...
ela dentro de sua malha cor-de-vinho...
e eu... usando provavelmente...
minha calça cor-de-rosa-choque...
ou então... a preta...
( que eram minhas duas únicas calças...)...
no final da aula...
ela me pede uma carona...
carona esta que durou cerca de uns sete anos...
que foi a duração do nosso casamento...
... sete ou oito anos...
não sei dizer exatamente...
já que o último ano...
é como se morássemos sob o mesmo teto...
porém completamente separados...
isso já no ano de 1986...
é... então... segundo os cálculos da aritmética elementar...
podemos dizer que o casamento tenha durado uns oito anos...
já que :
o espelho da academia do nino...
nos apresentou um ao outro...
no ano de 1978 :
... 78 mais 8... é igual a 1986...
é isso aí...
...1986...
eu... deitado de bruços no chão-da-sala...
tenho um ataque-de-chôro...
chorando alto...
não conseguindo mais reter...
o chôro contido no meu peito...
um chôro que vinha se acumulando...
já há alguns meses...
tauê e peter...
( nessa época com 7 e 5 anos-de-idade... respectivamente...)...
olham a cena... meio apavorados...
acredito que a criança com essa idade já percebe exatamente...
o que está "rolando"...
sei... por experiencia própria...
como é "chocante" para a criança...
assistir à briga dos pais...
no referencial da criança...
tudo o que ela deseja...
é poder ver os pais numa "boa"...
compartilhando uma harmonia eterna...
felizes são as crianças que tiveram a sorte...
de viver numa casa onde os pais tenham sido... realmente...
carinhosos um com o outro...
e... obviamente... com as crianças também...
... vivendo num lar onde o casal tivesse uma sintonia de mútuo amor...
e de mútuo respeito...
com muita conversa "rolando" entre todos da família...
será que existe uma família assim...?
acho que sim...
deve existir... sim...
nunca vi... nenhuma...
mas... acredito que muitas famílias devem ser assim...
verdadeiramente harmoniosas...
--- --- ---
mas... em 1986... quando a última gota fez com que...
não desse mais para segurar o chôro...
tal cena... era apenas uma consequência natural...
de um casamento que já havia nascido com a semente de que...
um dia... a bomba (relógio) iria "explodir"...
e essa "explosão" se deu em 1986...
talvez uma "explosão" final...
um "acorde" final...
de uma sinfonia com diversas passagens...
... fora do tom...
... um tom menor...
dentro de uma escala diminuída...
... o tom menor da tristeza...
que permeou grande parte de um casamento...
que não trouxe apenas momentos de tristeza...
mas... felizmente... alguns momentos de alegria também...
ou... se for possível abrir as portas para um otimismo ainda maior...
podemos dizer que houve momentos de grandes alegrias...
como por exemplo...
o nascimento do taue e do peter...
e toda a alegria que eles trouxeram... e trazem até hoje...
para o espírito de quem os conhece...
portanto...
tudo isso que estou escrevendo agora...
está longe de ser um "muro-de-lamentações"...
não... ...não obrigado...
a vida é curta...
não vale-a-pena investir muito...
no mundo sombrio das lamentações...
dentro desse retrato-instantâneo que tentei descrever...
sobre meu casamento com a lenira...
( nessas primeiras linhas iniciais...)
tudo não passa de uma tentativa de construir...
um resumo-resumidíssimo do que foi esse objeto-não-identificado...
ou seja :.. o "acontecimento" luis-lenira...
um "acontecimento" que (confesso)...
deixou algumas marcas...
algumas cicatrizes em mim...
e como a espinha-dorsal desses escritos...
é uma tentativa de uma auto-biografia...
haveria uma certa incoerência...
querer "fugir" de tais "cicatrizes"...
querer fingir que elas não existiram...
querer colocar uma "pedra-na-ferida"...
querer "tapar-o-sol-com-a-peneira"...
enfim... tentar fugir dessa narrativa...
--- --- ---
aquele chôro no chão da sala...
em 1986...
era algo ligado a uma dimensão puramente emocional...
mas... durante todo o ano de 1986...
o que "rolava" em minha mente...
era muito mais do que sentimentos emocionais...
existia toda uma "maquinação"...
quase que "matemática" na busca de uma resposta à pergunta:
" onde foi que eu errei..?.."
uma pergunta que...
por mais que eu me esforçasse em obter uma resposta...
( ou uma solução para tal equação...)...
eu jamais teria sucesso...
nessa pesquisa... digamos... "científica"...
simplesmente porque...
a equação era daquele tipo que... simplesmente...
não admitia solução...
( pelo menos no campo real...)...
a pergunta já continha dentro se si... um erro lógico...
era uma pergunta baseada em falsas premissas...
... uma pergunta que já havia nascido...
com uma falha intrínseca...
isso porque...
para responder à pergunta "onde foi que eu errei"...
seria preciso que...
( para que a pergunta fizesse sentido...)...
houvesse um "erro" da minha parte...
para só então... a partir daí...
sairmos a procura do lugar onde o tal "erro" se encontra...
mas...
se não houve "erro" nenhum...
então...
a pergunta perde todo o sentido...
--- --- ---
mas... durante o ano de 1986...
o meu estado-emocional não tinha um equilíbrio suficiente...
para admitir que a questão não era esta : " onde foi que eu errei "...
mas sim... uma questão de tentar entender
a história-de-vida da lenira...
a minha história-de-vida...
a visão-de-mundo dela...
e a minha visão-de-mundo...
e... a partir desses elementos...
compreender... de uma forma natural...
( e sem ressentimentos...)...
o "porque" de não ter dado certo...
o relacionamento...
--- --- ---
quando... em 1978...
eu visualizava a lenira...
através do espelho da academia do nino...
e a via... olhando também para mim...
para mim... ela era apenas uma imagem...
uma imagem expressiva...
mas igual a muitas outras que por lá passaram...
dentro daquele mesmo ângulo da geometria tri-dimensional...
no espaço-especial...
da academia de ballet...
nesse dia... ( do espelho )...
ela... para mim... era apenas uma imagem...
eu... não sabia nada sobre a história-de-sua-vida...
e... reciprocamente... ela não sabia nada...
sobre a história-da-minha-vida...
éramos dois desconhecidos...
ou melhor... dois quase-desconhecidos...
pois... pelo menos...
a imagem através do espelho já havia dado seus primeiros sinais...
( pelo menos de "relance"...)...
mas... na medida em que íamos nos conhecendo de verdade...
saindo juntos... etc...
as possibilidades de um mútuo-revelar...
passavam a ser... sempre maiores...
dependendo do grau-de-maturidade do casal...
os dois aproveitam o tempo em que estão juntos...
para conversar...
para trocar-idéias...
para conhecer a visão-de-mundo... de cada um...
--- --- ---
analisando agora... de longe...
esse aspecto de nossa interação...
vejo nitidamente...
que quase não existia esse tipo de conversa entre nós...
agíamos como sendo uma espécie de "casal-empresa"...
onde cada um tem uma "função-específica"...
sem sobrar muito tempo...
para uma boa conversa...
nos intervalos entre tais atividades específicas...
mas... esse papo de "casal-empresa"...
embora seja uma metáfora interessante...
me parece que não explica as verdadeiras causas...
de um relacionamento que não deu "certo"...
as causas são inúmeras...
tenho já... um "leque" de hipóteses...
mas... ao mesmo tempo me pergunto...
se vale a pena "mergulhar" nesse tipo de tema...
talvez... a melhor opção seja...
deixar o tema em aberto...
deixá-lo provisoriamente em "hold"...
e partirmos para uma narrativa...
menos especulativa...
mais concreta...
que descreva os fatos...
simplesmente como eles aconteceram...
deixando o momento da interpretação-de-tais-fatos...
para um momento posterior...
pois... desta forma...
teríamos algum material concreto (os fatos)... para trabalhar...
e... a partir daí... sim...
poderíamos tecer...
...desenvolver...
teorias...
sobre a personalidade dos (queridos) personagens envolvidos...
na trama... ( não tão "diabólica" assim...)...
--- --- ---
me despeço... (temporariamente)...
desejando tudo-de-bom... para você...
um grande abraço...
...luis antonio...
da academia nino-giovanetti...
foi que conheci a lenira...
dançando logo atrás de mim...
posicionada de modo que...
o ângulo oblíquo permitia...
que nós nos víssemos... mutualmente...
ela dentro de sua malha cor-de-vinho...
e eu... usando provavelmente...
minha calça cor-de-rosa-choque...
ou então... a preta...
( que eram minhas duas únicas calças...)...
no final da aula...
ela me pede uma carona...
carona esta que durou cerca de uns sete anos...
que foi a duração do nosso casamento...
... sete ou oito anos...
não sei dizer exatamente...
já que o último ano...
é como se morássemos sob o mesmo teto...
porém completamente separados...
isso já no ano de 1986...
é... então... segundo os cálculos da aritmética elementar...
podemos dizer que o casamento tenha durado uns oito anos...
já que :
o espelho da academia do nino...
nos apresentou um ao outro...
no ano de 1978 :
... 78 mais 8... é igual a 1986...
é isso aí...
...1986...
eu... deitado de bruços no chão-da-sala...
tenho um ataque-de-chôro...
chorando alto...
não conseguindo mais reter...
o chôro contido no meu peito...
um chôro que vinha se acumulando...
já há alguns meses...
tauê e peter...
( nessa época com 7 e 5 anos-de-idade... respectivamente...)...
olham a cena... meio apavorados...
acredito que a criança com essa idade já percebe exatamente...
o que está "rolando"...
sei... por experiencia própria...
como é "chocante" para a criança...
assistir à briga dos pais...
no referencial da criança...
tudo o que ela deseja...
é poder ver os pais numa "boa"...
compartilhando uma harmonia eterna...
felizes são as crianças que tiveram a sorte...
de viver numa casa onde os pais tenham sido... realmente...
carinhosos um com o outro...
e... obviamente... com as crianças também...
... vivendo num lar onde o casal tivesse uma sintonia de mútuo amor...
e de mútuo respeito...
com muita conversa "rolando" entre todos da família...
será que existe uma família assim...?
acho que sim...
deve existir... sim...
nunca vi... nenhuma...
mas... acredito que muitas famílias devem ser assim...
verdadeiramente harmoniosas...
--- --- ---
mas... em 1986... quando a última gota fez com que...
não desse mais para segurar o chôro...
tal cena... era apenas uma consequência natural...
de um casamento que já havia nascido com a semente de que...
um dia... a bomba (relógio) iria "explodir"...
e essa "explosão" se deu em 1986...
talvez uma "explosão" final...
um "acorde" final...
de uma sinfonia com diversas passagens...
... fora do tom...
... um tom menor...
dentro de uma escala diminuída...
... o tom menor da tristeza...
que permeou grande parte de um casamento...
que não trouxe apenas momentos de tristeza...
mas... felizmente... alguns momentos de alegria também...
ou... se for possível abrir as portas para um otimismo ainda maior...
podemos dizer que houve momentos de grandes alegrias...
como por exemplo...
o nascimento do taue e do peter...
e toda a alegria que eles trouxeram... e trazem até hoje...
para o espírito de quem os conhece...
portanto...
tudo isso que estou escrevendo agora...
está longe de ser um "muro-de-lamentações"...
não... ...não obrigado...
a vida é curta...
não vale-a-pena investir muito...
no mundo sombrio das lamentações...
dentro desse retrato-instantâneo que tentei descrever...
sobre meu casamento com a lenira...
( nessas primeiras linhas iniciais...)
tudo não passa de uma tentativa de construir...
um resumo-resumidíssimo do que foi esse objeto-não-identificado...
ou seja :.. o "acontecimento" luis-lenira...
um "acontecimento" que (confesso)...
deixou algumas marcas...
algumas cicatrizes em mim...
e como a espinha-dorsal desses escritos...
é uma tentativa de uma auto-biografia...
haveria uma certa incoerência...
querer "fugir" de tais "cicatrizes"...
querer fingir que elas não existiram...
querer colocar uma "pedra-na-ferida"...
querer "tapar-o-sol-com-a-peneira"...
enfim... tentar fugir dessa narrativa...
--- --- ---
aquele chôro no chão da sala...
em 1986...
era algo ligado a uma dimensão puramente emocional...
mas... durante todo o ano de 1986...
o que "rolava" em minha mente...
era muito mais do que sentimentos emocionais...
existia toda uma "maquinação"...
quase que "matemática" na busca de uma resposta à pergunta:
" onde foi que eu errei..?.."
uma pergunta que...
por mais que eu me esforçasse em obter uma resposta...
( ou uma solução para tal equação...)...
eu jamais teria sucesso...
nessa pesquisa... digamos... "científica"...
simplesmente porque...
a equação era daquele tipo que... simplesmente...
não admitia solução...
( pelo menos no campo real...)...
a pergunta já continha dentro se si... um erro lógico...
era uma pergunta baseada em falsas premissas...
... uma pergunta que já havia nascido...
com uma falha intrínseca...
isso porque...
para responder à pergunta "onde foi que eu errei"...
seria preciso que...
( para que a pergunta fizesse sentido...)...
houvesse um "erro" da minha parte...
para só então... a partir daí...
sairmos a procura do lugar onde o tal "erro" se encontra...
mas...
se não houve "erro" nenhum...
então...
a pergunta perde todo o sentido...
--- --- ---
mas... durante o ano de 1986...
o meu estado-emocional não tinha um equilíbrio suficiente...
para admitir que a questão não era esta : " onde foi que eu errei "...
mas sim... uma questão de tentar entender
a história-de-vida da lenira...
a minha história-de-vida...
a visão-de-mundo dela...
e a minha visão-de-mundo...
e... a partir desses elementos...
compreender... de uma forma natural...
( e sem ressentimentos...)...
o "porque" de não ter dado certo...
o relacionamento...
--- --- ---
quando... em 1978...
eu visualizava a lenira...
através do espelho da academia do nino...
e a via... olhando também para mim...
para mim... ela era apenas uma imagem...
uma imagem expressiva...
mas igual a muitas outras que por lá passaram...
dentro daquele mesmo ângulo da geometria tri-dimensional...
no espaço-especial...
da academia de ballet...
nesse dia... ( do espelho )...
ela... para mim... era apenas uma imagem...
eu... não sabia nada sobre a história-de-sua-vida...
e... reciprocamente... ela não sabia nada...
sobre a história-da-minha-vida...
éramos dois desconhecidos...
ou melhor... dois quase-desconhecidos...
pois... pelo menos...
a imagem através do espelho já havia dado seus primeiros sinais...
( pelo menos de "relance"...)...
mas... na medida em que íamos nos conhecendo de verdade...
saindo juntos... etc...
as possibilidades de um mútuo-revelar...
passavam a ser... sempre maiores...
dependendo do grau-de-maturidade do casal...
os dois aproveitam o tempo em que estão juntos...
para conversar...
para trocar-idéias...
para conhecer a visão-de-mundo... de cada um...
--- --- ---
analisando agora... de longe...
esse aspecto de nossa interação...
vejo nitidamente...
que quase não existia esse tipo de conversa entre nós...
agíamos como sendo uma espécie de "casal-empresa"...
onde cada um tem uma "função-específica"...
sem sobrar muito tempo...
para uma boa conversa...
nos intervalos entre tais atividades específicas...
mas... esse papo de "casal-empresa"...
embora seja uma metáfora interessante...
me parece que não explica as verdadeiras causas...
de um relacionamento que não deu "certo"...
as causas são inúmeras...
tenho já... um "leque" de hipóteses...
mas... ao mesmo tempo me pergunto...
se vale a pena "mergulhar" nesse tipo de tema...
talvez... a melhor opção seja...
deixar o tema em aberto...
deixá-lo provisoriamente em "hold"...
e partirmos para uma narrativa...
menos especulativa...
mais concreta...
que descreva os fatos...
simplesmente como eles aconteceram...
deixando o momento da interpretação-de-tais-fatos...
para um momento posterior...
pois... desta forma...
teríamos algum material concreto (os fatos)... para trabalhar...
e... a partir daí... sim...
poderíamos tecer...
...desenvolver...
teorias...
sobre a personalidade dos (queridos) personagens envolvidos...
na trama... ( não tão "diabólica" assim...)...
--- --- ---
me despeço... (temporariamente)...
desejando tudo-de-bom... para você...
um grande abraço...
...luis antonio...
...32... filosofando... part thirty-two...
Apesar da enorme aproximação ao mundo feminino...
... aos contatos com as garotas...
e à enorme intensificação na minha experiência...
em termos de frequentes interações sensuais e sexuais...
( durante a fase do ballet...)...
apesar dessa atmosfera...
... a parte teórica...
as informações básicas sobre o be-a-bá...
de uma interação sensual-e-sexual com a parceira...
eram ainda muito precárias...
eu não havia tido a oportunidade de conhecer...
bons livros sobre o assunto...
um assunto que era um tabu...
dentro da família...
e quanto a meus amigos...
( que na época... se reduziam quase que exclusivamente ao rousseau...)...
também não havia muito papo sobre o assunto...
um assunto cujo desconhecimento e ignorância... convivi...
durante grande parte da minha vida...
... até o dia em que...
já no hawaii aos quarenta-e-poucos anos de idade...
encontrei por acaso... na livraria-de-livros-usados...
o livro do mantak-chia...
" taoist secrets of love "...
( entre outros bons livros sobre o assunto...)...
onde... finalmente... aprendi noções básicas...
em relação ao controle da ejaculação...
e dos preliminares indispensáveis...
visando sempre que possível...
satisfazer a mulher... ( em termos de gôzo...)...
antes de mim...
uma "regra" fundamental...
dentro de um contexto educacional...
que... felizmente... ( e... finalmente...)...
consegui ter acesso... ( meio por acaso...)...
no querido... hawaii...
--- --- ---
mas... nos anos 1977 ou 1978...
mesmo sob a influência do meu amigo rousseau...
que... junto comigo...
formávamos uma dupla constantemente empenhada...
em exercitar a arte da "sedução"...
... mesmo assim...
nosso conhecimento era ainda... muito precário...
--- --- ---
o rousseau assumia com prazer...
o papel de meu "professor"...
em qualquer assunto relacionado ao trato com mulheres...
e eu... percebendo que ele... realmente...
estava sempre "descolando" novas amizades...
novas garotas...
me convencia de que ser seu "aluno"...
na arte de como lidar com as mulheres...
seria um bom "negócio"...
uma dupla...
agindo de forma meio semelhante...
ao filme (comédia)... "os paqueras"...
com o reginaldo-faria... e... a leila-diniz...
um filmaço...
que assisti no cinema...
( naquela época não existia dvd...
...nem video-cassette... etc...)
quando tinha uns 16 anos-de-idade...
muito legalzinho o filme...
pena que esteja meio "esquecido"...
no fundo de um "baú"...
de algum colecionador... hoje em dia...
--- --- ---
e... voltando ao menu principal...
eu... e o meu "mestre" rousseau...
no ônibus...
no banco-de-trás...
eu... completamente distraído nos meus pensamentos...
( como sempre )...
com a mente nas nuvens...
não percebo que... num banco próximo...
está sentada uma menina que estava olhando para mim...
depois que ela vai embora...
o meu "mestre" comenta :
" aquela garota estava olhando para você "...
( como se dissesse em outras palavras :
" pô... luis... se liga na realidade "...)...
--- --- ---
muito bem...
com ou sem mestre...
o fato é que...
meus conhecimentos em termos de um verdadeiro-conhecimento...
em relação aos elementos-fundamentais...
da arte do relacionamento-em-geral...
eram... muito precários...
...praticamente inexistentes...
não só em termos da interação sensual-sexual em si...
mas também em termos de uma visão-de-mundo em geral...
de uma visão sobre o que é um relacionamento entre duas pessoas...
ou... de uma forma mais ampla :
de um relacionamento entre eu e as pessoas em geral...
entre eu e o mundo...
questões que não se limitam apenas à reflexão...
sobre o relacionamento "um-a-um"...
mas que possam considerar também...
o relacionamento "um-e-a-comunidade"...
... onde... por exemplo...
podemos citar como um exemplo-marcante...
a questão do ciúme...
que... conforme vimos há alguns textos atrás...
é ainda algo que necessita ser "trabalhado"...
com mais profundidade...
--- --- ---
voltando ao meu amigo rousseau...
ele andou muito comigo quase diariamente...
nos anos 1977 e 1978...
anos em que ocorreu a fase do ballet...
em 78... conheci a lenira...
através do espelho da academia...
nos casamos até o ano 86...
durante a fase do casamento...
me desliguei... literalmente... de todos os meus amigos...
inclusive do rousseau...
em 87... já separado...
visitando-o em seu apartamento...
onde ele morava com sua esposa...
artista plástica...
gente finíssima...
que... junto com ele...
iam constantemente visitar seus amigos em new york...
... nesse dia... ao visitá-los...
a conversa gira em torno da separação...
papo vai... papo vem...
ele me pergunta...
se ela gozava...
quando fazia sexo comigo...
então eu perguntei :
" gozava..?... como assim..?..."
ele me explicava :
" ué... gozava...
fazia aqueles gemidos...
de quem está gozando..."
foi neste ponto...
que eu entrei...
com a frase histórica ::
" ué..?... mulher goza..?..."
--- --- ---
ele e sua esposa...
me olham...
com aquele olhar...
simplesmente...
... simplesmente...
( deixo você... completar essa frase...)
--- --- ---
graaande rousseau...
obrigado pelos ensinamentos...
graças às suas aulas...
( principalmente a última )...
percebi o quanto eu era ignorante...
a partir dai...
procurei me educar...
através dos meios que estou tão acostumado...
ou seja... os livros...
--- --- ---
paro por aqui...
desejando a você...
muita paz e tranquilidade...
um grande abraço...
...luis antonio...
... aos contatos com as garotas...
e à enorme intensificação na minha experiência...
em termos de frequentes interações sensuais e sexuais...
( durante a fase do ballet...)...
apesar dessa atmosfera...
... a parte teórica...
as informações básicas sobre o be-a-bá...
de uma interação sensual-e-sexual com a parceira...
eram ainda muito precárias...
eu não havia tido a oportunidade de conhecer...
bons livros sobre o assunto...
um assunto que era um tabu...
dentro da família...
e quanto a meus amigos...
( que na época... se reduziam quase que exclusivamente ao rousseau...)...
também não havia muito papo sobre o assunto...
um assunto cujo desconhecimento e ignorância... convivi...
durante grande parte da minha vida...
... até o dia em que...
já no hawaii aos quarenta-e-poucos anos de idade...
encontrei por acaso... na livraria-de-livros-usados...
o livro do mantak-chia...
" taoist secrets of love "...
( entre outros bons livros sobre o assunto...)...
onde... finalmente... aprendi noções básicas...
em relação ao controle da ejaculação...
e dos preliminares indispensáveis...
visando sempre que possível...
satisfazer a mulher... ( em termos de gôzo...)...
antes de mim...
uma "regra" fundamental...
dentro de um contexto educacional...
que... felizmente... ( e... finalmente...)...
consegui ter acesso... ( meio por acaso...)...
no querido... hawaii...
--- --- ---
mas... nos anos 1977 ou 1978...
mesmo sob a influência do meu amigo rousseau...
que... junto comigo...
formávamos uma dupla constantemente empenhada...
em exercitar a arte da "sedução"...
... mesmo assim...
nosso conhecimento era ainda... muito precário...
--- --- ---
o rousseau assumia com prazer...
o papel de meu "professor"...
em qualquer assunto relacionado ao trato com mulheres...
e eu... percebendo que ele... realmente...
estava sempre "descolando" novas amizades...
novas garotas...
me convencia de que ser seu "aluno"...
na arte de como lidar com as mulheres...
seria um bom "negócio"...
uma dupla...
agindo de forma meio semelhante...
ao filme (comédia)... "os paqueras"...
com o reginaldo-faria... e... a leila-diniz...
um filmaço...
que assisti no cinema...
( naquela época não existia dvd...
...nem video-cassette... etc...)
quando tinha uns 16 anos-de-idade...
muito legalzinho o filme...
pena que esteja meio "esquecido"...
no fundo de um "baú"...
de algum colecionador... hoje em dia...
--- --- ---
e... voltando ao menu principal...
eu... e o meu "mestre" rousseau...
no ônibus...
no banco-de-trás...
eu... completamente distraído nos meus pensamentos...
( como sempre )...
com a mente nas nuvens...
não percebo que... num banco próximo...
está sentada uma menina que estava olhando para mim...
depois que ela vai embora...
o meu "mestre" comenta :
" aquela garota estava olhando para você "...
( como se dissesse em outras palavras :
" pô... luis... se liga na realidade "...)...
--- --- ---
muito bem...
com ou sem mestre...
o fato é que...
meus conhecimentos em termos de um verdadeiro-conhecimento...
em relação aos elementos-fundamentais...
da arte do relacionamento-em-geral...
eram... muito precários...
...praticamente inexistentes...
não só em termos da interação sensual-sexual em si...
mas também em termos de uma visão-de-mundo em geral...
de uma visão sobre o que é um relacionamento entre duas pessoas...
ou... de uma forma mais ampla :
de um relacionamento entre eu e as pessoas em geral...
entre eu e o mundo...
questões que não se limitam apenas à reflexão...
sobre o relacionamento "um-a-um"...
mas que possam considerar também...
o relacionamento "um-e-a-comunidade"...
... onde... por exemplo...
podemos citar como um exemplo-marcante...
a questão do ciúme...
que... conforme vimos há alguns textos atrás...
é ainda algo que necessita ser "trabalhado"...
com mais profundidade...
--- --- ---
voltando ao meu amigo rousseau...
ele andou muito comigo quase diariamente...
nos anos 1977 e 1978...
anos em que ocorreu a fase do ballet...
em 78... conheci a lenira...
através do espelho da academia...
nos casamos até o ano 86...
durante a fase do casamento...
me desliguei... literalmente... de todos os meus amigos...
inclusive do rousseau...
em 87... já separado...
visitando-o em seu apartamento...
onde ele morava com sua esposa...
artista plástica...
gente finíssima...
que... junto com ele...
iam constantemente visitar seus amigos em new york...
... nesse dia... ao visitá-los...
a conversa gira em torno da separação...
papo vai... papo vem...
ele me pergunta...
se ela gozava...
quando fazia sexo comigo...
então eu perguntei :
" gozava..?... como assim..?..."
ele me explicava :
" ué... gozava...
fazia aqueles gemidos...
de quem está gozando..."
foi neste ponto...
que eu entrei...
com a frase histórica ::
" ué..?... mulher goza..?..."
--- --- ---
ele e sua esposa...
me olham...
com aquele olhar...
simplesmente...
... simplesmente...
( deixo você... completar essa frase...)
--- --- ---
graaande rousseau...
obrigado pelos ensinamentos...
graças às suas aulas...
( principalmente a última )...
percebi o quanto eu era ignorante...
a partir dai...
procurei me educar...
através dos meios que estou tão acostumado...
ou seja... os livros...
--- --- ---
paro por aqui...
desejando a você...
muita paz e tranquilidade...
um grande abraço...
...luis antonio...
...33... filosofando... part thirty-three...
Não foi a primeira vez na minha vida...
que escutei a palavra... "traição"...
mas... foi com a lenira...
logo durante nossas primeiras saídas após as aulas de ballet...
que esse termo...
me chamou à atenção...
foi a partir desses nossos primeiríssimos papos...
que o termo passou a ter um significado bem intenso...
o termo foi introduzido ao meu vocabulário...
de uma forma macabra...
como se fosse um termo perigoso...
um termo-ameaça...
um termo de um filme-de-terror...
o termo era usado...
em frases do tipo :
..." você jura... luis... que nunca vai me trair..?..."
então...
a partir desse novo elemento no meu vocabulário...
o conceito de "traição" entre um casal...
dava origem também ao conceito de "desconfiança"...
de sentir que a qualquer momento...
poderia haver um "golpe-mortal"...
ou seja...
sua própria "amada"...
poderia lhe "golpear"...
ao se relacionar...
ou "simplesmente" paquerar...
um outro homem... ao mesmo tempo...
atropelando portanto o namoro atual...
ou seja...
nosso namoro...
uma situação de "terror"...
de terror-psicológico...
já planejado de antemão...
( consciente ou inconscientemente...)...
uma ameaça constante no ar...
que estaria consolidando...
a cada minuto que ia passando...
seu domínio sobre mim...
eu... ao aceitar o jogo-perverso...
que consistia em conviver com uma pessoa...
que estava eternamente...
assumindo explicitamente...
que... se eu não cumprisse...
imediatamente...
submissamente...
e... prontamente...
todas as suas "ordens" implícitas...
ela poderia a qualquer momento...
dar um sorriso-zinho para o primeiro que aparecesse...
e... se relacionar com ele...
( mesmo que fosse de uma forma... "relâmpago"...)...
gerando... dessa forma...
o meu ( merecido? ) "castigo"...
caso eu "ousasse"...
não ser seu "escravo"... cem-por-cento escravizado...
uma situação tão patológica...
consequência de uma opção por parte do dominado... (ou seja:.. eu )...
em aceitar tais regras...
regras de um jogo perverso...
elaborado por uma pessoa...
cuja lógica de raciocínio...
achava que não estava fazendo nada-de-mais...
uma lógica...
baseada na premissa...
de que ela pertencia a uma classe...
sem grandes potencialidades financeiras...
e que...
ao namorar o garoto-utopicamente-romântico-e-carente...
de uma classe-social...
um pouquinho mais "privilegiada"...
poderia... ( e... deveria...)...
usar e abusar
de seus dons de sedução...
para...
( em prol de uma "justiça" social...
misturada com uma certa "perversidade"...)...
manter esse jogo-de-dominação-perverso...
onde o principal responsável por sua manutenção...
era... sem dúvida... eu mesmo...
( por aceitar esse jogo...)...
uma aceitação quase que inevitável...
devido ao lastimável estado-de-carência
em que eu me encontrava...
uma carência antiga...
... " milenar " ...
nascida desde os tempos do colégio-militar...
e que se tornava bem viva...
naquele momento de vida...
apesar das inúmeras aventuras sensuais-e-sexuais...
que aconteciam naturalmente...
no ambiente-do-ballet...
... pois a proposta da lenira...
era morar-junto... mesmo...
era casar...
se não fosse formalmente...
pelo menos... informalmente...
o compromisso que ela estava propondo...
( e assumindo na prática...
( já que era ela quem tomava as iniciativas...)...)...
era pra valer...
( já falava em ter filhos... etc...)...
... preenchendo dessa forma...
a minha carência visceral...
( naquele momento...)...
que era ter um projeto-de-vida...
com uma "gatinha" bonitinha...
quatro anos mais nova do que eu...
e... ( razoavelmente ).. "carinhosa"...
( de vez em quando...
... pelo menos... no início...
quando não estava jogando...
o tal jogo-perverso...
que falamos ainda há pouco...)...
--- --- ---
esse era o ambiente delicado...
( emocionalmente motivante...
mas... por outro lado... extremamente arriscado e perigoso...)...
em que eu me encontrava...
--- --- ---
mordido pelo veneno-venenoso...
de uma paixão meio sem fundamento...
me deixei "mergulhar-de-cabeça"...
nessa dança-macabra...
que caracterizou nosso primeiro mês de "namoro"...
antes de "fugirmos" para são-paulo...
dentro do fusquinha vermelho...
uma "dança-macabra"...
um clima de terror...
que durou... felizmente... apenas...
esse primeiro mês de relacionamento...
--- --- ---
a partir do momento em que viajamos para são-paulo...
para re-iniciar a vida do zero...
felizmente... esse clima de terror-psicológico...
se diluiu...
ficou... praticamente... inexistente...
o "santo" (maligno) que havia "baixado" nela...
tinha ido embora...
ela se tornou uma pessoa calma...
obcecada apenas com a ideia...
de ter uma filha...
( o sonho dela era ter uma filha...
... e não um filho...)...
--- --- ---
ao chegarmos em são-paulo...
com o dinheiro suficiente para passar...
no máximo... duas noites...
numa pensão barata...
na rua augusta...
... não tivemos outra alternativa...
a não ser nos "instalarmos"...
num estúdio que meus parentes haviam montado...
num anexo à casa deles...
ficamos lá uns dois ou três meses...
numa situação meio parasitária...
já que não havia muito diálogo...
entre a lenira e meus parentes...
até o dia em que nos mudamos... finalmente...
para um apartamento térreo...
tipo quarto-e-sala...
no bairro de santa-cecília...
--- --- ---
foi nesse estúdio anexo à casa de meus parentes...
que o tauê foi concebido...
na fase de pré-natal...
a lenira se revelou...
uma pessoa cuidadosa consigo-própria...
... e consequentemente também...
com a saúde do filho que estava gerando...
uma fase tranquila...
diametralmente oposta ao tumulto...
daquele primeiro-mês-louco...
( ainda no rio-de-janeiro...)...
que caracterizou nosso...
primeiro-mês-de-relacionamento...
um mês onde nossa vida em comum...
se alternava entre...
momentos de grandes carinhos de um para com o outro...
e... em outros momentos...
aquele jogo-cruel das inúmeras ameaças de me "trair"...
colocando em prática...
o novo termo...
a nova palavra...
o novo conceito...
recém-incorporado ao meu vocabulário...
nessa época...
ainda morávamos no rio-de-janeiro...
estávamos morando dentro do meu quarto...
na casa dos meus pais...
ela trabalhava como recepcionista...
numa academia-de-ginástica em copacabana...
cujo dono era um garotão...
que também era professor lá...
uma situação completamente "perigosa"...
dentro desse referencial-psicológico...
que acabamos de descrever...
e... o que teoricamente já era previsível...
realmente... aconteceu...
... no dia em que ela chega lá no quarto...
após o trabalho...
chorando...
me abraçando...
dizendo que... aconteceu...
(eu):... " aconteceu o que..?..."
(ela):... ( continua chorando )...
(eu):... " você transou com ele..?..."
(ela):... ( diz que sim )...
ela me pergunta se eu perdoo ela...
digo que... não...
neste momento...
ela não discute...
começa... lentamente...
a se dirigir para a porta-de-saída...
eu... percebendo que...
se ela saísse...
iria gerar uma situação...
praticamente irreversível...
dentro de um pensamento que deve ter durado...
um milionésimo de segundo...
tomo a decisão :
" está bem... eu lhe perdoo..."...
nos abraçamos...
mas a dor da "apunhalada"...
dessa vez... doeu...
nunca na minha vida...
tinha me acontecido...
algo semelhante...
começamos... lentamente...
a conversar...
eu pergunto como é...
que aconteceu a coisa...
ela vai me respondendo...
tentando me "consolar" dizendo que muitas vezes...
na hora da transa...
confundia os nomes...
e o chamava de luis...
um "consolo"...
que não me consolava...
de maneira nenhuma...
perguntei se ela gostou...
ela disse que sim...
--- --- ---
é isso aí...
a vida continua...
esse foi o "nascimento"...
do nosso casamento...
--- --- ---
conforme observamos ainda há pouco...
a coisa se acalmou...
nos meses...
nos anos seguintes...
o tauê nasceu um ano depois...
e o peter... três anos depois...
o "oceano" se manteve calmo...
durante essa fase de gestação e nascimento...
dessas duas crianças maravilhosas...
e... também durante a fase da infância deles...
até atingirem as idades de 7 e 5 anos... respectivamente...
o ano era o de 1986...
ano em que...
o "santo baixou"...
novamente...
desta vez... pra valer...
--- --- ---
me despeço...
desejando tudo-de-bom... para você...
um grande abraço...
...luis antonio...
que escutei a palavra... "traição"...
mas... foi com a lenira...
logo durante nossas primeiras saídas após as aulas de ballet...
que esse termo...
me chamou à atenção...
foi a partir desses nossos primeiríssimos papos...
que o termo passou a ter um significado bem intenso...
o termo foi introduzido ao meu vocabulário...
de uma forma macabra...
como se fosse um termo perigoso...
um termo-ameaça...
um termo de um filme-de-terror...
o termo era usado...
em frases do tipo :
..." você jura... luis... que nunca vai me trair..?..."
então...
a partir desse novo elemento no meu vocabulário...
o conceito de "traição" entre um casal...
dava origem também ao conceito de "desconfiança"...
de sentir que a qualquer momento...
poderia haver um "golpe-mortal"...
ou seja...
sua própria "amada"...
poderia lhe "golpear"...
ao se relacionar...
ou "simplesmente" paquerar...
um outro homem... ao mesmo tempo...
atropelando portanto o namoro atual...
ou seja...
nosso namoro...
uma situação de "terror"...
de terror-psicológico...
já planejado de antemão...
( consciente ou inconscientemente...)...
uma ameaça constante no ar...
que estaria consolidando...
a cada minuto que ia passando...
seu domínio sobre mim...
eu... ao aceitar o jogo-perverso...
que consistia em conviver com uma pessoa...
que estava eternamente...
assumindo explicitamente...
que... se eu não cumprisse...
imediatamente...
submissamente...
e... prontamente...
todas as suas "ordens" implícitas...
ela poderia a qualquer momento...
dar um sorriso-zinho para o primeiro que aparecesse...
e... se relacionar com ele...
( mesmo que fosse de uma forma... "relâmpago"...)...
gerando... dessa forma...
o meu ( merecido? ) "castigo"...
caso eu "ousasse"...
não ser seu "escravo"... cem-por-cento escravizado...
uma situação tão patológica...
consequência de uma opção por parte do dominado... (ou seja:.. eu )...
em aceitar tais regras...
regras de um jogo perverso...
elaborado por uma pessoa...
cuja lógica de raciocínio...
achava que não estava fazendo nada-de-mais...
uma lógica...
baseada na premissa...
de que ela pertencia a uma classe...
sem grandes potencialidades financeiras...
e que...
ao namorar o garoto-utopicamente-romântico-e-carente...
de uma classe-social...
um pouquinho mais "privilegiada"...
poderia... ( e... deveria...)...
usar e abusar
de seus dons de sedução...
para...
( em prol de uma "justiça" social...
misturada com uma certa "perversidade"...)...
manter esse jogo-de-dominação-perverso...
onde o principal responsável por sua manutenção...
era... sem dúvida... eu mesmo...
( por aceitar esse jogo...)...
uma aceitação quase que inevitável...
devido ao lastimável estado-de-carência
em que eu me encontrava...
uma carência antiga...
... " milenar " ...
nascida desde os tempos do colégio-militar...
e que se tornava bem viva...
naquele momento de vida...
apesar das inúmeras aventuras sensuais-e-sexuais...
que aconteciam naturalmente...
no ambiente-do-ballet...
... pois a proposta da lenira...
era morar-junto... mesmo...
era casar...
se não fosse formalmente...
pelo menos... informalmente...
o compromisso que ela estava propondo...
( e assumindo na prática...
( já que era ela quem tomava as iniciativas...)...)...
era pra valer...
( já falava em ter filhos... etc...)...
... preenchendo dessa forma...
a minha carência visceral...
( naquele momento...)...
que era ter um projeto-de-vida...
com uma "gatinha" bonitinha...
quatro anos mais nova do que eu...
e... ( razoavelmente ).. "carinhosa"...
( de vez em quando...
... pelo menos... no início...
quando não estava jogando...
o tal jogo-perverso...
que falamos ainda há pouco...)...
--- --- ---
esse era o ambiente delicado...
( emocionalmente motivante...
mas... por outro lado... extremamente arriscado e perigoso...)...
em que eu me encontrava...
--- --- ---
mordido pelo veneno-venenoso...
de uma paixão meio sem fundamento...
me deixei "mergulhar-de-cabeça"...
nessa dança-macabra...
que caracterizou nosso primeiro mês de "namoro"...
antes de "fugirmos" para são-paulo...
dentro do fusquinha vermelho...
uma "dança-macabra"...
um clima de terror...
que durou... felizmente... apenas...
esse primeiro mês de relacionamento...
--- --- ---
a partir do momento em que viajamos para são-paulo...
para re-iniciar a vida do zero...
felizmente... esse clima de terror-psicológico...
se diluiu...
ficou... praticamente... inexistente...
o "santo" (maligno) que havia "baixado" nela...
tinha ido embora...
ela se tornou uma pessoa calma...
obcecada apenas com a ideia...
de ter uma filha...
( o sonho dela era ter uma filha...
... e não um filho...)...
--- --- ---
ao chegarmos em são-paulo...
com o dinheiro suficiente para passar...
no máximo... duas noites...
numa pensão barata...
na rua augusta...
... não tivemos outra alternativa...
a não ser nos "instalarmos"...
num estúdio que meus parentes haviam montado...
num anexo à casa deles...
ficamos lá uns dois ou três meses...
numa situação meio parasitária...
já que não havia muito diálogo...
entre a lenira e meus parentes...
até o dia em que nos mudamos... finalmente...
para um apartamento térreo...
tipo quarto-e-sala...
no bairro de santa-cecília...
--- --- ---
foi nesse estúdio anexo à casa de meus parentes...
que o tauê foi concebido...
na fase de pré-natal...
a lenira se revelou...
uma pessoa cuidadosa consigo-própria...
... e consequentemente também...
com a saúde do filho que estava gerando...
uma fase tranquila...
diametralmente oposta ao tumulto...
daquele primeiro-mês-louco...
( ainda no rio-de-janeiro...)...
que caracterizou nosso...
primeiro-mês-de-relacionamento...
um mês onde nossa vida em comum...
se alternava entre...
momentos de grandes carinhos de um para com o outro...
e... em outros momentos...
aquele jogo-cruel das inúmeras ameaças de me "trair"...
colocando em prática...
o novo termo...
a nova palavra...
o novo conceito...
recém-incorporado ao meu vocabulário...
nessa época...
ainda morávamos no rio-de-janeiro...
estávamos morando dentro do meu quarto...
na casa dos meus pais...
ela trabalhava como recepcionista...
numa academia-de-ginástica em copacabana...
cujo dono era um garotão...
que também era professor lá...
uma situação completamente "perigosa"...
dentro desse referencial-psicológico...
que acabamos de descrever...
e... o que teoricamente já era previsível...
realmente... aconteceu...
... no dia em que ela chega lá no quarto...
após o trabalho...
chorando...
me abraçando...
dizendo que... aconteceu...
(eu):... " aconteceu o que..?..."
(ela):... ( continua chorando )...
(eu):... " você transou com ele..?..."
(ela):... ( diz que sim )...
ela me pergunta se eu perdoo ela...
digo que... não...
neste momento...
ela não discute...
começa... lentamente...
a se dirigir para a porta-de-saída...
eu... percebendo que...
se ela saísse...
iria gerar uma situação...
praticamente irreversível...
dentro de um pensamento que deve ter durado...
um milionésimo de segundo...
tomo a decisão :
" está bem... eu lhe perdoo..."...
nos abraçamos...
mas a dor da "apunhalada"...
dessa vez... doeu...
nunca na minha vida...
tinha me acontecido...
algo semelhante...
começamos... lentamente...
a conversar...
eu pergunto como é...
que aconteceu a coisa...
ela vai me respondendo...
tentando me "consolar" dizendo que muitas vezes...
na hora da transa...
confundia os nomes...
e o chamava de luis...
um "consolo"...
que não me consolava...
de maneira nenhuma...
perguntei se ela gostou...
ela disse que sim...
--- --- ---
é isso aí...
a vida continua...
esse foi o "nascimento"...
do nosso casamento...
--- --- ---
conforme observamos ainda há pouco...
a coisa se acalmou...
nos meses...
nos anos seguintes...
o tauê nasceu um ano depois...
e o peter... três anos depois...
o "oceano" se manteve calmo...
durante essa fase de gestação e nascimento...
dessas duas crianças maravilhosas...
e... também durante a fase da infância deles...
até atingirem as idades de 7 e 5 anos... respectivamente...
o ano era o de 1986...
ano em que...
o "santo baixou"...
novamente...
desta vez... pra valer...
--- --- ---
me despeço...
desejando tudo-de-bom... para você...
um grande abraço...
...luis antonio...
...34... filosofando... part thirty-four...
Depois de várias tentativas...
na luta para conseguir um trabalho...
onde tanto eu como a firma-empregadora...
nos sentíssemos à vontade um com o outro...
... consegui... finalmente... me estabelecer...
no curso-objetivo...
... um curso preparatório para o vestibular...
e que... na época...
já tinha se tornado uma grande empresa...
e o antigo curso...
se desenvolveu tanto como uma "empresa" -de-ensino...
que seu nome não era nem mais curso-objetivo...
e sim... colégio-objetivo...
isso porque...
se... no início... o "curso" se restringia apenas às turmas preparatórias...
para o vestibular... ( terceiro-ano-científico...)...
agora... já havia expandido seus "serviços"...
para turmas também do primeiro e segundo-ano-científico...
--- --- ---
o edifício na avenida paulista...
onde o curso funcionava...
era um prédio-gigante...
com algumas salas-de-aula... também gigantes...
onde aconteciam aulas-especiais...
dadas pelos professores mais experientes...
que conseguiam dar um show-de-aula...
para turmas imensas... de 100 ou 150 alunos...
com o uso de microfone e tudo...
eu... como professor novato...
recebia turmas pequenas...
onde exercia com prazer... a profissão...
um trabalho que eu tinha...
felizmente... experiencia...
um trabalho...
que eu tinha... "know-how"...
como é bom trabalhar...
num ofício que você domina bem...
eu imagino a felicidade de uma pessoa...
que nasceu para ser... digamos... motorista-de-caminhão...
... e de repente...
encontra uma boa empresa...
onde ele receba todas as condições...
para exercer seu trabalho com eficiência e tranquilidade...
foi assim que eu me senti...
no curso objetivo...
era uma empresa-gigante..?...
era...
mas ao mesmo tempo era organizada...
existia dentro dela uma filosofia...
( vinda talvez por parte de quem a administrava...)...
que fazia com que a "máquina"-gigante... funcionasse...
cada aula era pré-programada...
cada aula era associada a um conjunto de exercícios...
( os famosos "módulos"...)...
que facilitavam a vida...
tanto do aluno... como a do professor...
... pois os tais "módulos"...
continham uma dosagem de exercícios...
que... na maioria das vezes...
coincidia com o tempo-de-aula...
e... obviamente... cada módulo-individual...
era apenas uma peça no quebra-cabeças-geral...
da programação geral anual...
esse esquema...
já entregava de bandeja ao professor...
o conteúdo que ele deveria "passar" para os alunos...
obviamente tal metodologia...
é um "alvo" certo para várias críticas...
concordo...
é uma metodologia de ensino...
um pouco... digamos... "maquinal" demais...
mas... por outro lado...
no caso da matemática...
até que a "coisa"...
( ou seja... o método...)...
funcionava bem...
para mim... ( pelo menos )...
era uma comodidade trabalhar numa escola...
onde eu já tinha em mãos...
todo o conjunto de exercícios a serem discutidos...
( na dosagem certa para cada aula...)...
e os alunos...
acostumados com tal metodologia...
se sentiam à vontade também...
em outras palavras...
não era uma escola onde...
o professor tinha toda aquela (infinita) liberdade...
de chegar em sala-de-aula...
e dar uma aula...
baseada puramente no seu (professor) desejo...
... podendo improvisar qualquer coisa...
e... tudo bem...
não... não era assim...
existia um referencial...
existia toda uma estrutura-de-conteúdo...
baseada nos tais "módulos"...
ou seja... nas apostilas...
cuidadosamente preparadas com antecedência...
pelos professores-fundadores...
dos (famosos) cursinhos-de-vestibular...
durante a fase do nascimento deste ciclo-histórico...
dessa "febre"...
desse "conceito"...
( mais prático do que teórico...)...
denominado... ( na época...)...
de... "vestibular"...
--- --- ---
hoje... acho que vou terminar a "novela"...
um pouquinho mais cedo...
... tudo bem...?
um grandessíssimo abraço... a todos vocês...
me despeço...
pedindo para que vocês...
continuem cuidando da saúde...
um grande abraço...
...luis antonio...
na luta para conseguir um trabalho...
onde tanto eu como a firma-empregadora...
nos sentíssemos à vontade um com o outro...
... consegui... finalmente... me estabelecer...
no curso-objetivo...
... um curso preparatório para o vestibular...
e que... na época...
já tinha se tornado uma grande empresa...
e o antigo curso...
se desenvolveu tanto como uma "empresa" -de-ensino...
que seu nome não era nem mais curso-objetivo...
e sim... colégio-objetivo...
isso porque...
se... no início... o "curso" se restringia apenas às turmas preparatórias...
para o vestibular... ( terceiro-ano-científico...)...
agora... já havia expandido seus "serviços"...
para turmas também do primeiro e segundo-ano-científico...
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o edifício na avenida paulista...
onde o curso funcionava...
era um prédio-gigante...
com algumas salas-de-aula... também gigantes...
onde aconteciam aulas-especiais...
dadas pelos professores mais experientes...
que conseguiam dar um show-de-aula...
para turmas imensas... de 100 ou 150 alunos...
com o uso de microfone e tudo...
eu... como professor novato...
recebia turmas pequenas...
onde exercia com prazer... a profissão...
um trabalho que eu tinha...
felizmente... experiencia...
um trabalho...
que eu tinha... "know-how"...
como é bom trabalhar...
num ofício que você domina bem...
eu imagino a felicidade de uma pessoa...
que nasceu para ser... digamos... motorista-de-caminhão...
... e de repente...
encontra uma boa empresa...
onde ele receba todas as condições...
para exercer seu trabalho com eficiência e tranquilidade...
foi assim que eu me senti...
no curso objetivo...
era uma empresa-gigante..?...
era...
mas ao mesmo tempo era organizada...
existia dentro dela uma filosofia...
( vinda talvez por parte de quem a administrava...)...
que fazia com que a "máquina"-gigante... funcionasse...
cada aula era pré-programada...
cada aula era associada a um conjunto de exercícios...
( os famosos "módulos"...)...
que facilitavam a vida...
tanto do aluno... como a do professor...
... pois os tais "módulos"...
continham uma dosagem de exercícios...
que... na maioria das vezes...
coincidia com o tempo-de-aula...
e... obviamente... cada módulo-individual...
era apenas uma peça no quebra-cabeças-geral...
da programação geral anual...
esse esquema...
já entregava de bandeja ao professor...
o conteúdo que ele deveria "passar" para os alunos...
obviamente tal metodologia...
é um "alvo" certo para várias críticas...
concordo...
é uma metodologia de ensino...
um pouco... digamos... "maquinal" demais...
mas... por outro lado...
no caso da matemática...
até que a "coisa"...
( ou seja... o método...)...
funcionava bem...
para mim... ( pelo menos )...
era uma comodidade trabalhar numa escola...
onde eu já tinha em mãos...
todo o conjunto de exercícios a serem discutidos...
( na dosagem certa para cada aula...)...
e os alunos...
acostumados com tal metodologia...
se sentiam à vontade também...
em outras palavras...
não era uma escola onde...
o professor tinha toda aquela (infinita) liberdade...
de chegar em sala-de-aula...
e dar uma aula...
baseada puramente no seu (professor) desejo...
... podendo improvisar qualquer coisa...
e... tudo bem...
não... não era assim...
existia um referencial...
existia toda uma estrutura-de-conteúdo...
baseada nos tais "módulos"...
ou seja... nas apostilas...
cuidadosamente preparadas com antecedência...
pelos professores-fundadores...
dos (famosos) cursinhos-de-vestibular...
durante a fase do nascimento deste ciclo-histórico...
dessa "febre"...
desse "conceito"...
( mais prático do que teórico...)...
denominado... ( na época...)...
de... "vestibular"...
--- --- ---
hoje... acho que vou terminar a "novela"...
um pouquinho mais cedo...
... tudo bem...?
um grandessíssimo abraço... a todos vocês...
me despeço...
pedindo para que vocês...
continuem cuidando da saúde...
um grande abraço...
...luis antonio...
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