hoje de manhã ao me espreguiçar na cama...
minha mente ficou procurando algo de interessante...
para contar... ...para escrever...
esse relato sobre o máicol...
ficou algo um pouco maçante...
um pouco sem graça...
em outras palavras...
ficou um relato "chato"...
dá vontade de dormir...
... de dar um "peteleco" nessa leitura...
e... nunca mais voltar...
( talvez esse sentimento de enjoo... em relação ao texto anterior...
que sinto... sempre que dou uma re-lida nele...
seja um reflexo direto da sensação de enjoo...
que eu estava sentindo naquela época...
ao entrar para a segunda fase do colégio anglo-americano...
digo segunda fase...
pois a primeira foi realmente emocionante...
afinal... foi nessa primeira fase que se deu...
o encontro entre eu a fabiana...)
--- --- ---
então... dentro desse referencial...
de achar que o texto anterior estava meio sem-graça... meio "chato"...
acordei... hoje de manhã...
com a mente em atividade...
fiquei matutando... pensando com meus botões...
no que falar...
a vontade que tive...
era a de deixar saquarema (e suas ondas...)... um pouco de lado...
e partir direto para a fase pós-saquarema...
ou seja...
no rio-de-janeiro... ainda no período de matrícula-trancada-na-faculdade...
( de 74 a 79 )...
devo ter passado 1 ano-e-meio-e-meio em saquarema...
usufruindo do esquema das turmas de dependência no anglo...
tão bem "arquitetado" pelo máicol...
já que... dentro desse "esquema"...
o único compromisso que eu tinha com o rio-de-janeiro...
era dar aquelas "aulas"...
... (meio fantasmas... já que muitas vezes não aparecia ninguém...)...
apenas nas segundas... terças... e... quartas...
possibilitando portanto...
essa maravilha de fase na minha vida...
onde minha saúde nunca esteve tão nota-dez...
ao descer constantemente em ondas de cinco metros...
no "pico" fantástico de itaúna...
--- --- ---
ao me espreguiçar hoje de manhã...
minha mente se viu "forçada"...
a mergulhar nesses anos históricos...
procurando algo de interessante para contar...
o excesso das areias brancas de saquarema...
poderia trazer um clima de monotonia à narrativa...
clima esse... não muito bem-vindo...
mas... ao mesmo tempo...
eu não queria me afastar muito desses anos históricos...
talvez pudesse ser uma ideia interssante...
relatar o que acontecia quando eu estava no rio-de-janeiro...
nos intervalos das minhas idas à saquarema...
pensei no episódio onde eu...
ao ser colocado dentro da escuridão...
da parte-de-trás de um camburão...
me senti como se estivesse levando um "caldo"...
de uma dessas ondas poderosas lá de itaúna...
depois... pensei em descrever a trajetória em que eu e o rousseau...
caminhamos juntos em 77 e 78...
e... ao "mergulhar" nesse período...
naturalmente veio à tona...
a estrutura da interação entre eu e o rousseau...
e... para minha surpresa... percebi agora...
que existia uma espécie de característica parecida...
com a descrita no texto anterior...
ou seja...
com a maneira com que eu e o máicol interagíamos...
ou seja...
o máicol fazia as coisas acontecerem...
enquanto que eu...
me limitava a ser seu "ouvinte-oficial'...
de suas (infinitas) divagações...
no caso do rousseau...
havia também uma "troca"...
o que ele recebia de mim...
até hoje não está muito claro... para mim...
mas o que eu recebia dele... isso sim...
tenho uma consciência plena do que era...
(que será descrita num texto futuro...)...
--- --- ---
conhecí o rousseau em saquarema...
ele fazia parte da turma da minha irmã clarice...
turma essa que também ia em peso...
me "visitar"... em saquarema...
( a outra turma era o pessoal da rural...
... que conheci através da fabiana...)...
após a fase de saquarema...
( e antes da fase do "rousseau"...)...
houve a fase do "paranauinha"...
também no rio... onde... graças à sua influência...
comecei a mexer com fotografia... (em preto-e-branco)...
revelando os filmes no laboratório do grêmio-estudantil lá da PUC...
o famoso CUF... (centro universitário de fotografia)...
numa daquelas casinhas lá do diretório acadêmico...
às vezes... eu "virava" a noite lá...
revelando os filmes...
e também ampliando os melhores negativos...
todo esse ritual da manipulação artesanal...
com os líquidos químicos da kodak...
é coisa do passado...
hoje em dia...
... a tecnologia digital das câmeras...
cujas imagens podem ser tranquilamente transferidas...
para o computador...
fez com que... toda aquela fase da fotografia tradicional...
ficasse praticamente extinta...
--- --- ---
durante esses cinco anos de matrícula trancada na faculdade...
minha vida passou por diversos tipos de "aprendizagens extra-curriculares"...
aprendizagens essas em que fui me envolvendo...
de uma forma puramente acidental...
... puramente... por acaso...
não houve um "planejamento"...
tipo:... vou ficar em saquarema pegando onda durante 1 ano-e-meio...
depois vou "estudar" foto-jornalismo em preto-e-branco durante 1 ano...
... etc... etc...
é óbvio que isso não aconteceu...
as coisas foram acontecendo de uma forma puramente acidental...
sem nenhum planejamento... ( é claro...)...
hoje... posso resumir as diversas "fases" pelas quais passei...
nesses cinco anos de matrícula-trancada... ( 74 a 79 )...
1... a fase do surf em saquarema...
2... a fase da fotografia...
3... a fase do desenho...
4... a fase do ballet...
a fase-do-desenho foi uma consequência natural da fase-da-fotografia...
pois quando eu ampliava as fotos em preto-e-branco...
às vezes... errava no tempo de exposição da luz...
( proveniente do equipamento-de-ampliação...)
que incidia sobre o papel-fotográfico...
às vezes... colocava pouco tempo...
o que não era suficiente para "queimar" os grãos do papel...
de uma forma ideal...
e por isso...
a foto ficava anormalmente... clara demais...
e... ao manipular com o tempo...
ao expor o papel a diferentes tempos...
dava para perceber como é que cada "grão" do papel fotográfico...
se comportava de acordo com o tempo-de-exposição...
da luz emitida pelo ampliador...
toda essa experiência prática no laboratório de fotografia...
ensinava indiretamente o que é uma imagem em preto-e-branco...
... percebia que era um retângulo...
uma matriz retangular de grãos...
onde cada um deles poderia se apresentar num certo tom de cinza...
uns claros e outros mais escuros...
e... o entendimento desse princípio básico...
me possibilitou... num certo dia...
pegar um lápis e papel...
e tentar copiar um desenho do pintor di cavalcanti...
me preocupando apenas em usar uma técnica...
que seria a de "pontilhar" o papel...
de acordo com a "densidade-de-pontos"...
do desenho original...
enquanto estava "pontilhando" o papel...
eu não estava muito preocupado...
onde tal pontilhamento iria chegar...
( estava apenas tentando copiar...
a densidade do pontilhamento original...)...
quando terminei...
para minha surpresa...
a cópia estava bem precisa...
bem parecida com a gravura original...
a partir daí...
fui fazendo novos experimentos...
que foram... dando certo...
e... daí em diante...
entrei numa nova fase...
que era a de tentar desenhar objetos do mundo real...
saindo portanto da fase de copiar outros desenhos...
outras pinturas...
mas... dentro desse universo de objetos reais...
nada se compara ao mundo... do corpo humano...
... braços... pernas... costelas...
a expressão de um olhar...
de um sorriso...
de uma cara triste... etc...
descobri o mundo fantástico...
do desenho do corpo humano...
fui ao parque lage...
estava acontecendo um curso de desenho...
muitíssimo maravilhoso... muitíssimo didático...
muitíssimo interessante... com pessoas muito boas...
lá estudando... e dando aulas...
me inscrevi no curso
que era aberto ao público em geral...
através de uma matricula-zinha bem simbólica...
além do curso-de-desenho-e-pintura...
haviam oficinas de escultura... de barro... etc...
enfim... era um mundo espetacular...
onde se "respirava" uma atmosfera...
voltada ao exercício das artes plásticas...
as aulas eram diárias... de manhã...
ao chegarmos lá na ex-casa da cantora lírica gabriela...
encontrávamos sempre uma pessoa posando nua...
... para que nós alunos...
desenhássemos sua anatomia...
era uma experiência única...
momentos inesquecíveis na história-da-minha vida...
onde o exercício-do-desenho era feito...
sobre um "objeto" que não era um objeto...
era um ser-humano de carne-e-osso...
expondo para nós...
a beleza de seu corpo...
para que pudéssemos
construir sua imagem....
... no papel...
--- --- ---
até a próxima...?
então tá...
até já...
me despeço...
respirando... junto com você...
uma respiração-completa-yogue...
um grande abraço...
...luis antonio...